Don't worry, be happy

Eu aqui toda proza crente crente que nem pão quente que já tava certa a minha mudança de apartamento, daí veio maaaaais um problema. Como é difícil alugar um apartamento nessa droga de cidade! Não sei se todo mundo é caloteiro, se quem tem imóvel tem um medo do caramba, mas o fato é que você é honesto, paga suas contas em dia, tem boas referências mas e daí? O cara vai lá fuçar o número do seu sapato e descobre alguma coisa que não gosta, alguma encrenca do passado, alguma conta que um dia você não pagou, e diz: boba, não alugo pra você! Uala uala uala! Caceta!

Daqui a uma semana vou fazer um retiro de 12 dias. Ficarei fora e incomunicável, e ainda não me mudei. Tive uma síncope nervosa. Nessas horas, lá vem ele, o super, o incrível, o formidável: papai. Aquele que te liga domingo as 13h porque sabe que você não vai estar acordada antes, só pra dizer "filha, vai ficar tudo bem, papai te ama e vai cuidar disso pra você". Delícia! Porque eu tenho na cabeça que já sou grande o suficiente pra cuidar de tudo, que eu posso, que eu vou conseguir. Mas a coisa tá tão difícil que eu joguei a toalha um pouco, tava demais pra mim. Então hoje eu encaixotei mais umas coisas [afinal, em algum momento eu vou me mudar] e fui caminhar. Andei até o Arpoador, e oh! Que coisa mais linda! Fiquei horas lá, olhando o mar, as crianças surfando, ouvindo um maluquinho tocando uma flautinha muito doida, bebi um mate, brinquei de sentar em vários lugares das pedras pra ver o mar de ângulos diferentes. A tarde estava muito bonita, apesar de fria, e o mar estava lindo lindo lindo. Senti o ventinho salgado, vi casais juntinhos, vi gente lendo sozinha, vi gente pescando. E fiquei muito feliz, porque eu estou incrivelmente bem cercada. Meus pais são maravilhosos, meus amigos queridos são maravilhosos, e eu tenho saúde e competência pra passar por isso tudo. E eu sei que quando eu conseguir me mudar, vai ser a melhor coisa pra mim.

Passei o dia sozinha, com meus botões. Foi bom.